Dia 1 – Casablanca

A vida muitas vezes é feita de referências. Em 2005, após cinco anos trabalhabdo direto, consegui tirar um mês inteiro de férias. Na época, eu decidi que iria fazer uma viagem para fora do País, mas não tinha a menor idéia de para onde deveria ir. Republica Checa? Nova York? Buenos Aires?

A primeira refeição

Foi vendo TV que me veio a idéia de ir para o Egito. E, como era de se esperar, a viagem foi ótima. Mas, quando cheguei a Casablanca, esperava que as semelhanças com o Egito fosse enormes. Mas não. Apesar de também estar localizado no norte da África e ser um país muçulmano, o Marrocos (pelo menos até agora), parece ser muito mais tranquilo e acolhedor que o Egito.

Para começar, a viagem do aeroporto até o albergue foi bastante calma. Casablanca é a maior cidade do Marrocos, com 6 milhões de habitantes, mas o trânsito é bastante organizado, mesmo em pontos congestionados. Muito melhor que o inferno de São Paulo. A corrida não foi barata, cerca de US$ 30, mas o aeroporto é distante da cidade e, após um longo voo, tudo o que eu queria era poder chegar no meu destino. 

A barganha com os vendedores também é praxe por aqui, e para falar a verdade eu não tenho muita paciência para isso. Mas, ao mesmo tempo, não tenho opção, pois é assim que se fazem negócios por aqui.

A Velha Medina

Eu estou hospedado em um albergue da juventude, localizado praticamente dentro da velha medina, uma antiga cidade murada cheia de vielas estreitas, lojas de todos os tipos, cafés barulhentos e janelas que vendem os mais variados tipos de quinquilharias e comidas. Mas, ao contrário do Khan el Khalili, enorme mercado de rua do Cairo, aqui as coisas são mais relaxadas. Os donos e vendedores das lojas não abordam agressivamente os turistas e, em função disso, eu me senti muito mais seguro.

Hoje, por exemplo, percebi que saí do Brasil sem uma carteira para carregar moedas, que são muito utilizadas por aqui. No final do dia, dei um passeio pela medina e encontrei várias opções interessantes. E tive que barganhar para baixar o preço de 80 dirhans (cerca de 11 dólares) para 20 dirhans (ou US$ 2,75).

Agora são 20h30 e os mulás estão chamando para mais uma das cinco orações diárias que todo muçulmano deve fazer. Daqui a pouco vou comer alguma coisa e dormir. Amanhã será um dia de planejamentos.