Publicado por: Flávio Simonetti | 1 junho, 2010

Despedida

Desde meu último post, diretamente de Manila, passei um pouco mais de três semanas na Indonésia, mas visitei poucos lugares. Cheguei por Jakarta, mas fiquei apenas um dia na capital do país e segui rapidamente para uma cidade chamada Yogyakarta. Lá, visitei primeio o Kraton, palácio que até hoje e usado como moradia pelo sultão local. Também visitei dois templos: Borobudur, templo budista construído por volta do ano 800 DC e Prambanan, templo hinduísta dedicado a Brama, Vixnu e Xiva.

Em seguida fui até a Ilha de Bali e visitei três cidades. Em Sanur o ponto alto foi um mergulho feito no USAT Liberty, enorme navio cargueiro americano que foi torpedeado pelos japoneses em 1942. Após o ataque, o navio chegou a ser rebocado até a praia de Tulamben, pois esperava-se que fosse possível repará-lo. Mas como o trabalho se mostrou inviável, ele foi encalhado propositalmente na praia, onde permaneceu intocado até 1963. Nesse ano, erupções no Monte Agung, o maior vulcão de Bali, acabaram empurrando o Liberty para dentro da água. Em função disso, ele é considerado o único “naufrágio natural” do mundo.

Em seguida fui até Ubud, cidade no centro de Bali cheia de galerias de arte, cafés e restaurantes, onde visitei a Ubud Monkey Forest, um enorme parque coalhado de macacos que são a principal atração do local. Finalmente segui até Kuta, a praia mais conhecida de Bali, mas não curti muito o local, pois o turismo por lá é todo voltado para o surfe, e como eu parei de pegar jacaré há muitos anos, acabei só relaxando na beira da piscina, um ritual diário de ócio.

Agora já estou novamente na Tailândia. Esse vai ser o meu último destino nessa aventura. Aparentemente os dois meses e meio que eu passei aqui no ano passado não foram suficiente, e eu decidi que seria aqui o fim dessa história. Sem muitas novidades, vou mesmo é mergulhar muito, até o meu dinheiro acabar e, no comecinho de julho estarei de volta ao Brasil.

Nesses quase 15 meses de viagem visitei 13 países (14 contando-se a Palestina, 15 se eu contar a Tailândia duas vezes), umas 70 cidades diferentes cobrindo mais de 40 mil quilômetros! Conheci pessoas de todos os lugares, dormi no deserto, aprendi a mergulhar (e fiquei viciado), subi montanhas e desci até as profundezas em cavernas e rios subterrâneos…conheci a Stela. Vi muita coisa que me surpreendeu e sei que, se que pudesse ou tivesse energia, poderia continuar viajando pelos próximos 10 anos e ainda assim não conseguiria matar a vontade de conhecer coisas novas, experimentar sensações diferentes.

Mas chegou a hora de voltar. Quase um ano e meio na estrada é bastante tempo, e estou fisicamente cansado. Muitos amigos, quando souberam que eu iria fazer essa viagem, comentavam comigo: “que delícia, tirar férias de 1 ano!”. Mas o que muita gente não percebe (e eu não sabia disso antes de começar essa jornada), é que uma viagem dessas é tudo, menos um período de férias, pois você está vivendo todos os dias em um ambiente estranho, longe da zona de conforto, e tem que muitas vezes brigar muito para conseguir aquilo que deseja. Mas, claro, eu faria tudo de novo, se pudesse. Essa foi a melhor experiência da minha vida, e quem sabe o que pode acontecer no futuro…mas até lá, se esse momento vier, esse deve ser um dos últimos posts aqui do Próxima Parada.

Eu, aliás, tenho que agradecer a todo mundo que visitou esse humilde blog nesse tempo todo, e pedir desculpas pelo pequeno número de textos publicados ultimamente. A presença e o entusiasmo de vocês pelas minhas pequenas aventuras serviram pra me deixar mais seguro de que sair do Brasil e cair na estrada foi a decisão certa.

Valeu pela força! E abaixo algumas fotos da Indonésia.

Danças típicas no Kraton

Kraton

Kraton

Kraton

Borobudur

Borobudur

Borobudur

Borobudur

Só alegria!

Borobudur

Prambanan

Prambanan

Prambanan

Prambanan

Macacos em Ubud

Hora de catar piolho

Sono

Trimurti

Publicado por: Flávio Simonetti | 2 maio, 2010

Ilhas e ilhas

Estou devendo um post aqui há bastante tempo. Mas tenho uma desculpa para a falta de novidades: aqui nas Filipinas, não fiz nada além de ir para a praia, sair pra beber ou mergulhar…nem tenho tirado muitas fotos dos lugares que visitei, o que certamente é uma falha.

Panglao. Basicamente eu sairia de boracay as 7 da manhã e chegaria em Panglao no dia seguinte, por volta do meio-dia. Isso se tudo desse certo, se eu nao perdesse o ônibus, etc…

Bom, finalmente decidi comprar uma passagem aérea. Dessa forma, eu poderia chegar em Panglao no mesmo dia, por volta das 14h. Fiz uma pesquisa, encontrei um hotel legal e fiz uma reserva, só que eles me avisaram que poderiam segurar o quarto somente até as 17h.

No dia do voo, cheguei no aeroporto com 3 horas de antecedência. O voo sairia as 11h45 da manhã, mas nesse horario fomos informados de que o avião ainda estava em Manila e teríamos de esperar cerca de 1 hora. Claro que a 1 hora virou 2 e depois 3 e nós decolamos com 4 horas de atraso!

Nesse meio tempo eu quase surtei, briguei com todo mundo da companhia aérea e fiz um dos funcionários ligar pro meu hotel e informar q eu provavelmente chegaria atrasado. Fui informado de que independentemente do horário que eu chegasse, meu quarto estava garantido.

O avião que deveria nos levar ate Cebu pousou por volta das 14h, mas ficou estacionado na pista por uns 20 minutos sem que nós fossemos chamados para embarcar. Eu já etsava espumando, e fui novamente ate o guichê da cia aerea. Eles me informaram que aquele avião estava com um problema técnico (!!!) e que outra aeronave estava vindo de Manila pra nos levar até cebu…nessa hora eu quase pulei na jugular do cara para matá-lo a dentadas…

Finalmente o avião chegou. Esses aviões que fazem trajetos curtos entre as ilhas aqui nas Filipinas sao pequenos, turbo-helice, levam uns 35 passageiros mais ou menos. Finalmente embarcamos e as 15h55 levantamos voo.

Chegamos em Cebu às 16h30 e quando os passageiros foram ate a esteira para pegar as bagagens, uma funcionária da companhia nos informou que por uma questão de peso, todas as malas tinham sido enviadas pra Manila (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e que chegariam em Cebu âs 19h (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!).

Nessa hora quase houve uma revolução no aeroporto. Eu gritava com a funcionãria da companhia aérea, uma menina de uns 25 anos no máximo. Três passageirostinham que pegar voos pra Europa e EUA, foi um show de horror.

A menina disse que se eu quisesse, poderia ir ate Panglao e eles levariam minha mochila pro hotel no dia seguinte. E o melhor é que ela era a única funcionária da cia aérea no aeroporto, pois naquele dia era feriado e a chefe dela nao estava e, melhor, nao atendia o celular!! Depois de muita briga, depois de ligar pro meu hotel em Panglao e refazer a reserva, consegui que a companhia pagasse um hotel pra mim em Cebu.

Fui informado de que a minha mochila seria entregue no hotel às 21h. Claro que era quase meia-noite quando ela chegou…

No dia seguinte acordei cedo e fui pro porto pegar o ferry. Cheguei lá às 9h da manhã e fui informado que o ferry das 9h30 estava lotado e que o próximo sairia somente às 14h!!!!!!!!!!! Nessa hora eu sentei numa cadeira e quase chorei de raiva…

Mas acabei comprando a passagem das 14h mesmo, consegui ligar pro hotel e mais uma vez remarquei a minha reserva. No fim das contas, uma viagem de avião que deveria ter durado 4 ou cinco horas acabou levando…30! E pelo dobro do preço…

Panglao é uma ilha localizada no estado de Bohor, com excelentes locais para mergulho e um clima bem mais tranquilo que Boracay. Fiquei cerca de uma semana por lá e em seguida fui para a cidade de Dumaguete, na ilha de Negros. Mais mergulhos e parti em direção a uma pequena cidade chamada Sipalay, com uma bela praia. Infelizmente era muito caro mergulhar lá, entao me dediquei somente ao esporte de tomar sol.

Agora estou novamente em Manila e amanha embarco para a Indonésia.

Uma foto da barba que eu estava cultivando desde setembro do ano passado...

...e uma foto depois da "limpeza"

Boracay

Presença brasileira nas Filipinas

Boracay

Boracay

Comemorando meu aniversário em Boracay com o filipino Anton e a sueca Linda (esq.) e o americano Ward e a filipina Helen (dir.)

Chegando em Panglao depois da maratona de 30 horas

Panglao

Panglao

Panglao

Cachoeira de Casaroro, Dumaguete

Casaroro

Essa é a segunda cobra que eu encontro nessa viagem. A primeira foi na Tailândia

Ilha de Apo, próxima a Dumaguete

Publicado por: Flávio Simonetti | 24 março, 2010

Filipinas

Depois de saie de MElaka, fui para uma outra ilha na Malásia chamada Pulau Tioman, e fiquei por lá uns 10 dias sem fazer praticamente nada, lendo, dormindo na praia. Mergulhei uma vez e relaxei.

Agora estou em Manila e a mudança foi bastante radical. Saí da tranquilidade malais para o caos da capital das Filipinas, uma cidade de 11 milhões de habitantes, com trânsito e poluição que me lembraram São Paulo. Mas a pobreza na cidade é muito pior. Estou numa hospedaria no bairro de Ermita, relativamente de classe média, e a quantidade de pessoas morando nas ruas é enorme. E digo morando mesmo, pois famílias inteiras ocupam as calçadas e montam suas camas improvisadas. Mesmo para alguém que está acostumado com a pobreza no Brasil, a situação aqui é triste e chocante.

Nos dias em que estou na cidade visitei apenas o Parque Rizal, batizado em homenagem a José Rizal, martir da resistência filipina ao domínio espanhol, executado em 1896.

Também visitei o bairro de Intramuros, a antiga cidade murada construída por espanhóis e que sobreviveu a seculos de guerras e batalhas mas que foi quase totalmente destruída por bombardeiros americanos em 1945. Apenas a igreja de Sâo Agostinho sobreviveu ao ataque. Atualmente a igreja também abriga um museu de arte sacra bastante interessante.

Ainda não provei a culinária filipina. Mas li algumas coisas sobre uma das iguarias locais, algo que eu não experimentaria nem se fosse para salvar a vida de um filho. O nome do petisco é balut, um ovo de pato cozido e fecundado…é isso mesmo. Você compra um ovinho, tira a casca e lá dentro encontra um feto de pato, completo com bico, ossos e penas…hmmmmm!!! Para vocês terem uma idéia da coisa, segue abaixo uma linda foto:

Porque, meu Deus, porque alguém comeria isso?!?!?!?

Amanhã embarco em um avião para a ilha de Boracay, um paraíso de águas cor turquesa e areia branca, e com excelentes condições para mergulho.

Publicado por: Flávio Simonetti | 5 março, 2010

Malásia

Após um mês sem postar nada, resolvi me mexer e voltar a publicar minhas aventuras. Mas o motivo para a longa ausência foi o fato de que meus dias aqui na Malásia têm quase todos sido dedicados ao mais completo ócio contemplativo, com muitas horas de praia e alguns passeios…mas para compensar estou colocando abaixo váeias fotos e alguns vídeos.

Cheguei em Kuala Lumpur após um voo de cinco horas que pareceram 24. Além de eu ainda estar passando mal em função de algo que comi na China, decidi viajar utilizando uma dessas companhias de baixíssimo custo. Isso significou que eu não tinha direito a comida, bebida, travesseiro ou cobertor e que os assentos foram projetados para acomodar apenas os diminutos Hobbits saídos diretamente dos livros de Tolkien. Um inferno.

Chinatown, Kuala Lumpur

A capital da Malásia é uma ‘pequena grande cidade’ com apenas 1,8 milhão de habitantes. Como eu aionda estava me recuperando, fiz poucas coisas na cidade. Visitei as torres Petronas, que um dia jáforam os edifícios mais altos do mundo. Mas decidi não subir até a plataforma de observação, pois ela está localizada ‘apenas’ no 41º andar, muito mais baixo que o observatório do World Financial Center em Shanghai. Também andei bastante pelo bairro chinês, mas após alguns dias peguei um ônibus em direção à praia.

Pulau Pangkor é uma pequena ilha no estado de Perak. O lugar é bastante tranquilo, e as maiores atrações são mesmo as praias, com poucos turistas. Foi nessa ilha que eu passei o ano novo chinês, de novo uma experiência bastante ‘tranquila’. Poucos turistas, a maioria deles malaios, 5 minutos de fogos e eu estava na cama antes da uma da manhã.

De Pangkor fui até Pulau Langkawi, considerado o principal destino turístico da Malásia. A ilha é enorme e atrai viajantes do mundo inteiro em busca de praias, mergulho, diversão e principalmente compras. A ilha é uma zona franca, e produtos importados podem custar até 50% mais barato do que no continente. Mas como eu não estava interessado em comprar barras de chocolate (tá bom, eu comprei algumas), whisky, chaveiros, camisetas ou sandálias de borracha, passei meus dias na praia.

Mas, após um hiato de dois meses, voltei a mergulhar, desta vez no Parque Marinho de Pulau Mayar. Também visitei o Underwater World, o maior aquário do país, fiz uma pequena viagem no teleférico que me levou numa viagem arrepiante até o alto do pico mais alto de Langkawi, explorei a ilha de moto e andei de jet-sky pela primeira vez na vida.

Em seguida fui até a cidade de Georgetown, na ilha de Penang, onde passei alguns dias explorando as ruas cheias de construções antigas como as muralhas do Forte Cornwallis.

Melaka

Há dois dias cheguei em Melaka, cidade que é Patrimônio Histórico da Unesco e que possui  forte influência holandesa, inglesa e portuguesa. No meu primeiro dia aqui visitei Stadhuys, a mais antiga construção holandesa da cidade, datando do século 17, e que atualmente abriga o Museu de História e Etnografia de Melaka. Em seguida fui até as ruínas da Igreja de São Paulo, construída por portugueses no século 16. Também visitei o Palácio do Sultanato de Melaka, na verdade uma reprodução do palácio original, e as ruínas da Porta de Santiago, forte português construído por Afonso de Albuquerque em 1511.

Underwater World, Pulau Langkawi

Underwater World, Pulau Langkawi

Teleférico em Pulau Langkawi

Centro histórico de Melaka

Publicado por: Flávio Simonetti | 5 fevereiro, 2010

China

Depois de uma longa pausa causada pelo bloqueio chinês ao WordPress, estamos de volta. Meu plano era escrever alguns posts na China para não me esquecer dos detalhes antes de publicá-los aqui. Mas novamente tive problemas com virus que prejudicaram a minha máquina e, infelizmente, me fizeram perder boa parte das fosots que eu tirei no país…mas não todas como vocês poderão ver abaixo.

Chegamos na China via Nanning e após apenas uma noite seguimos para Guilin, onde planejávamos fazer um passeio de barco por meio de formações que lembram muito as que vimos em Halong Bay. Mas o mau tempo acabou mudando nossos planos e decidimos ficar passeando pela cidade, visitando algumas montanhas sagradas. Em seguida fomos até Congquing, enorme megalópole que causou torcicolos em dois paulistanos.

Nós não parávamos de olhar para cima, para os enormes edifícios que são construídos uns do lado dos outros. Mais uma vez nossa pouca sorte com os rios chineses se repetiu, pois fomos até a cidade para tentar embarcar em um cruzeiro de 3 dias pelo RioAmarelo até a usina de 3 Gargantas. Mas o forte frio e o preço exorbitante das passagens se mostrou um empecilho a mais essa aventura.

Em Xian visitamos o famoso Exército de Geurreiros de Terracota, impresionante coleção de soldados de argila feitos sob as ordens do imperador Chin. Apesar de o turismo na cidade estar muito focado nos guerreros, uma das nossas atrações preferidas era passear pelo bairro muçulmano, cheio de lojas e vendedores de comida.

No mesmo dia em que chegamos a Beijing fomos direto para a Praça da Paz Celestial e visitamos o mausoléu de Mao Tsé-Tung e a cidade proibida. No dia seguinte foi a vez de segurmos viagem até a Grande Muralha. E lá descobrimos uma das vantagens de se viajar na China no inverno: em função do frio, apenas alguns poucos turistas se aventuravam pelas rampas e escadarias da muralha. Também visitamos o Palácio de Verão e o 798 Art Dirtrict, bairro industrial que foi tomado por artistas e galerias.E como não poderia deixar de ser, comemos o famoso, e delicioso, pato de pequim.

Finalmente chegamos a Shanghai, cidade mais rica do país, cheia de edifício saltíssimos como o World Financial Center, com 100 andares e uma vista estonteante. Uma das nossas atividades lá foi assisitr a uma apresentação de acrobatas chineses, um pouco brega, mas ainda assim emocionante em vários momentos.

Infelizmente Shanghai marcou pra mim uma mudança triste para mim. Após cinco meses viajando juntos, chegou a hora de a Stela voltar para o Brasil. Nós já sabíamos que esse momento iria chegar, mas não é facil retomar uma rotina abandonada após tanto tempo, principalmente depois de passar tanto tempo do lado de alguém que se gosta, tendo com quem trocar experiências, alguém pra te ajudar nas horas difícieis e pra dar risadas das maluquices que encontramos no caminho. Agora já estou na Malásia, pensando nela, e nas próximas aventuras que me esperam pela frente.

Abaixo, três vídeos chineses. Ckique nas imagens para abrir

Guerreiros de Terracota. Clique na imagem para abrir

Passando frio na Muralha. Clique na imagem para abrir

Nas alturas em Shanghai. Clique na imagem para abrir

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