Desde meu último post, diretamente de Manila, passei um pouco mais de três semanas na Indonésia, mas visitei poucos lugares. Cheguei por Jakarta, mas fiquei apenas um dia na capital do país e segui rapidamente para uma cidade chamada Yogyakarta. Lá, visitei primeio o Kraton, palácio que até hoje e usado como moradia pelo sultão local. Também visitei dois templos: Borobudur, templo budista construído por volta do ano 800 DC e Prambanan, templo hinduísta dedicado a Brama, Vixnu e Xiva.
Em seguida fui até a Ilha de Bali e visitei três cidades. Em Sanur o ponto alto foi um mergulho feito no USAT Liberty, enorme navio cargueiro americano que foi torpedeado pelos japoneses em 1942. Após o ataque, o navio chegou a ser rebocado até a praia de Tulamben, pois esperava-se que fosse possível repará-lo. Mas como o trabalho se mostrou inviável, ele foi encalhado propositalmente na praia, onde permaneceu intocado até 1963. Nesse ano, erupções no Monte Agung, o maior vulcão de Bali, acabaram empurrando o Liberty para dentro da água. Em função disso, ele é considerado o único “naufrágio natural” do mundo.
Em seguida fui até Ubud, cidade no centro de Bali cheia de galerias de arte, cafés e restaurantes, onde visitei a Ubud Monkey Forest, um enorme parque coalhado de macacos que são a principal atração do local. Finalmente segui até Kuta, a praia mais conhecida de Bali, mas não curti muito o local, pois o turismo por lá é todo voltado para o surfe, e como eu parei de pegar jacaré há muitos anos, acabei só relaxando na beira da piscina, um ritual diário de ócio.
Agora já estou novamente na Tailândia. Esse vai ser o meu último destino nessa aventura. Aparentemente os dois meses e meio que eu passei aqui no ano passado não foram suficiente, e eu decidi que seria aqui o fim dessa história. Sem muitas novidades, vou mesmo é mergulhar muito, até o meu dinheiro acabar e, no comecinho de julho estarei de volta ao Brasil.
Nesses quase 15 meses de viagem visitei 13 países (14 contando-se a Palestina, 15 se eu contar a Tailândia duas vezes), umas 70 cidades diferentes cobrindo mais de 40 mil quilômetros! Conheci pessoas de todos os lugares, dormi no deserto, aprendi a mergulhar (e fiquei viciado), subi montanhas e desci até as profundezas em cavernas e rios subterrâneos…conheci a Stela. Vi muita coisa que me surpreendeu e sei que, se que pudesse ou tivesse energia, poderia continuar viajando pelos próximos 10 anos e ainda assim não conseguiria matar a vontade de conhecer coisas novas, experimentar sensações diferentes.
Mas chegou a hora de voltar. Quase um ano e meio na estrada é bastante tempo, e estou fisicamente cansado. Muitos amigos, quando souberam que eu iria fazer essa viagem, comentavam comigo: “que delícia, tirar férias de 1 ano!”. Mas o que muita gente não percebe (e eu não sabia disso antes de começar essa jornada), é que uma viagem dessas é tudo, menos um período de férias, pois você está vivendo todos os dias em um ambiente estranho, longe da zona de conforto, e tem que muitas vezes brigar muito para conseguir aquilo que deseja. Mas, claro, eu faria tudo de novo, se pudesse. Essa foi a melhor experiência da minha vida, e quem sabe o que pode acontecer no futuro…mas até lá, se esse momento vier, esse deve ser um dos últimos posts aqui do Próxima Parada.
Eu, aliás, tenho que agradecer a todo mundo que visitou esse humilde blog nesse tempo todo, e pedir desculpas pelo pequeno número de textos publicados ultimamente. A presença e o entusiasmo de vocês pelas minhas pequenas aventuras serviram pra me deixar mais seguro de que sair do Brasil e cair na estrada foi a decisão certa.
Valeu pela força! E abaixo algumas fotos da Indonésia.